BMS, LFP e NMC: Um guia prático sobre as baterias dos Teslas

BMS, LFP e NMC: Um guia prático sobre as baterias dos Teslas

Os veículos da Tesla utilizam dois tipos de baterias: LFP (fosfato de ferro-lítio) e NMC (níquel-manganês-cobalto). Ambas as tecnologias fazem uso de um eletrólito líquido, um componente essencial que permite a movimentação de iões na bateria sem conduzir eletricidade diretamente. No entanto, este tem limitações, nomeadamente no que toca à segurança e à eficiência térmica.

LFP vs NMC

As baterias LFP são mais duráveis e estáveis, com menor degradação ao longo do tempo. No entanto, são menos densas a nível energético, o que se traduz numa menor autonomia. Os modelos de gama standard - como o Model 3 - usam este tipo de bateria.

Já em relação às baterias NMC, são mais extensas energeticamente, o que permite maior autonomia e potência. No entanto, degradam-se mais rapidamente e são mais sensíveis aos extremos. Assim sendo, a recomendação é que a nível de carregamento ande entre os 20% e os 80%. O ideal é que muito raramente atinja os 100%. Modelos de alta performance e longo alcance utilizam este tipo de bateria (Model Y, S e X, por exemplo).

Para saber qual a bateria que o teu Tesla tem, só tens de abrir a aplicação e se surgir a mensagem para carregar até aos 100% então trata-se de uma LFP.

O que é a BMS?

O Sistema de Gestão da Bateria (Battery Management System – BMS) da Tesla é um dos elementos mais importantes do carro. Isto porque para além de gerir o carregamento, calcula a energia disponível na bateria e determina a autonomia do veículo. Consequentemente, vai fazer com não existam discrepâncias na autonomia estimada. Além disso, também melhora o desempenho da bateria ao longo do tempo.

Como explica a empresa, este sistema utiliza um algoritmo inteligente que se adapta ao longo do tempo, atualizando-se de forma contínua com base nos dados recolhidos durante as leituras da bateria. No entanto, para garantir uma calibração precisa, a BMS necessita de medições fiáveis em diferentes níveis de carga. Atenção que estas leituras só podem ser feitas após o carro ter estado em repouso durante várias horas.

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Photo by Waldemar / Unsplash

Como calibrar?

Para calibrar corretamente a BMS das LFP deves inicialmente carregar até aos 100%. Depois, como explica André Santos no YouTube, deves usar o carro normalmente até que este fique com uma autonomia entre os 10 a 20%. Finalmente, deves voltar a carregar até à capacidade máxima e manter o carregador ligado entre 30 e 60 minutos, detalhe importante para balancear as células. Não tenhas problemas em repetir o processo (duas ou três vezes) até que a BMS recalcule corretamente a autonomia.

Já no que diz respeito às NMC, o processo é bastante diferente. Assim, o primeiro passo é descarregar quase por completo a bateria, deixando-a apenas com 5 a 10%. Depois, deixar o carro descansar durante algumas horas (modo de sono profundo), essencial para a estabilização da bateria. Após o descanso, carregar até aos 100% sem qualquer interrupção e mantê-lo ligado ao carregador entre meia hora e uma hora. Tal como no caso anterior, podes também repetir o processo caso a autonomia te pareça reduzida.